Uma atendente de casa lotérica foi “assaltada” por telefone em Bauru,
no interior de São Paulo, na tarde desta segunda-feira. De acordo com a
Polícia Militar, ao atender o telefone da empresa, do outro lado da
linha um homem a ameaçou dizendo que estava com uma arma apontada pra
cabeça dela e exigiu que ela realizasse depósitos em diversas contas.
“Isso é um assalto. Estou com uma arma apontada para sua cabeça e estou
te vendo”, disse o homem obrigando a funcionária da lotérica a realizar
cinco depósitos totalizando R$ 7,5 mil.
Para intimidar a vítima o suspeito narrou com precisão as roupas que a
cliente que estava sendo atendida naquele momento vestia. “Você está
atendendo uma pessoa vestida com roupa florida e vai fazer tudo o que eu
mandar, senão eu atiro em você”, disse o suposto assaltante. Ele também
ordenou que a vítima juntasse o dinheiro que estava nos caixas e
deixasse em uma sacola em cima do balcão que ele passaria pessoalmente
para pegar. O suposto assaltante exigiu ainda que ela não chamasse a
polícia.
Por meio de um bilhete a mulher contou o que estava acontecendo a um
cliente que chamou a Polícia Militar. De acordo com o major Alan Terra,
quando os policiais da Força Tática chegaram à lotérica, localizada na
galeria de um supermercado na avenida Nações Unidas, eles ainda
conseguiram ouvir a voz do suposto assaltante no telefone, mas ao
perceber a presença dos policiais o homem encerrou a ligação.
“Trata-se de um novo tipo de golpe, em minha opinião, não havia arma
apontada para a cabeça da vítima, mas a pressão psicológica claro falou
mais alto e ela acabou fazendo os depósitos”, acredita o major.
Segundo ele, a localização da lotérica não permitiria que o suposto
ladrão tivesse a vítima na mira. “Ele teria que ter uma proficiência
muito grande em tiro para conseguir manter a vítima na sua mira e
acertá-la”, completou.
Procurada pela reportagem, a vítima não quis
comentar o ocorrido e disse ter ordens expressas da proprietária da
lotérica para não se pronunciar a respeito. O caso foi registrado como
extorsão na Central de Polícia Judiciária (CPJ) e segue sendo
investigado.
O delegado seccional de Bauru, Ricardo Martines, também acredita se
tratar de um novo tipo de golpe. “Infelizmente a vítima se desesperou
com a precisão dos detalhes narrados e acabou fazendo o depósito, quando
ela poderia ter informado que teria feito os depósitos sem efetuá-los. O
bilhete chamando a polícia deveria ter sido o primeiro passo dela”,
afirmou Martines.
De acordo com o delegado, mesmo de posse dos comprovantes dos
depósitos será difícil reaver o dinheiro, isso porque as contas
utilizadas nesses casos são abertas com documentos falsos e os saques
feitos assim que o depósito é confirmado. Martines acredita ainda que o
autor do golpe não agiu sozinho e que só será identificado caso tenha
sido filmado pelas câmeras de segurança da empresa ou dos
estabelecimentos comerciais vizinhos. “Ele poderia estar dentro de um
carro com os vidros escurecidos e com uma visão privilegiada da
lotérica. Como o local tem uma rotatividade alta de veículos, o autor do
golpe saiu dali sem ser notado”, completou o delegado.
Fonte: Terra
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