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5 de jul. de 2014

Bebedeira nos jogos do Brasil eleva as ocorrências policiais na capital do RN


Em dias de partidas do Brasil na Copa do Mundo, enquanto boa parte da população potiguar está dedicada exclusivamente a assistir aos jogos, seja em casa, bares ou locais públicos, como a Fan Fest, os policiais que estão de serviço precisam se controlar e só podem dar pequenas “espiadas” na TV. O motivo é que a quantidade de ocorrências nesses dias aumenta consideravelmente.
Uma das principais razões apontadas para esse aumento é o consumo de bebidas alcoólicas que os torcedores ingerem. “Realmente acontece esse consumo exagerado de bebida alcoólica. Apesar de ser uma droga lícita, o álcool também deixa a pessoa alterada. A pessoa acaba fazendo o que não faz normalmente. Se ela reage de uma forma mais calma a uma provocação, quando ela ingere alguma bebida alcoólica ela pode reagir de forma agressiva. Aí começam os problemas. Dependendo do ambiente, isso pode acabar se tornando uma situação mais grave”, afirmou o coronel Francisco Araújo, comandante geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte.
A situação foi confirmada por um policial, que não quis se identificar, mas que trabalhou no plantão em dois compromissos do Brasil no Mundial. “É complicado. O telefone não para de tocar, o rádio não para de chamar. Muitas vezes, quando estamos atendendo a uma ocorrência, o rádio chama para outras ocorrências”. Ele ainda afirmou que os homicídios também se tornam mais comuns. “Nos dois jogos que trabalhei eu percebi esse aumento no número de homicídios. O problema é que o pessoal ingere muita bebida alcoólica e acaba fazendo coisa errada com mais facilidade”. “Quem tem algum inimigo, por exemplo, acaba indo acertar as contas nesse momento, com muita bebida no organismo, já que não acaba pensando direito nas consequências”, completou coronel Araújo.

Apesar da quantidade de assassinatos crescer nos jogos da seleção, a maioria de chamados policiais acontece por outros motivos. “A grande maioria dos atendimentos que fazemos são situação mais leves. Uma discussão mais acirrada, com uma pessoa ameaçando outra. Um vizinho que acaba colocando o som mais alto e que isso acaba gerando uma discussão mais forte. Um pequeno furto, casas assaltadas. Até pessoas que chegam a brigar mesmo, causando lesão corporal”, afirmou um outro policial. Até mesmo o fato de em dia de partidas do Brasil ser ponto facultativo em algumas repartições e alguns pequenos empresários não abrirem seus comércios é considerado “preocupante”.
“Isso significa que essas pessoas que não estão trabalhando podem começar a beber mais cedo. Por isso esse aumento de ocorrências começa logo pela manhã e se estende até o outro dia. Além disso, as ruas ficam mais desertas, o que facilita a ação dos criminosos. São todas situações que acabam trazendo uma preocupação maior para a polícia. Claro que gostaríamos de poder assistir aos jogos, mas infelizmente não é possível. Enquanto a população está se divertindo, temos que manter a ordem na cidade”.
Quatro mortes em Natal e Grande Natal após o jogo do Brasil
E os policiais de Natal realmente tiveram trabalho nessa sexta. Três homicídios foram registrados após o jogo do Brasil. Por volta das 21h, um homem identificado como Marcone de Oliveira foi baleado na rua Canto do Mangue. Segundo informações de testemunhas, ele estava bebendo no local quando dois homens chegaram em uma moto preta e começaram a atirar. Marcone ainda foi socorrido para o Hospital dos Pescadores, mas morreu antes de chegar ao local.
Já por volta das 21h50, Altemar Ferreira da Silva, de 36 anos, foi assassinato na rua Joaquim Fonseca, no bairro do Alecrim. De acordo com a PM, ele estava em um bar com o cunhado quando um carro de cor preta encostou e chamou por Altemar. Ao se aproximar do veículo, ele foi recebido com diversos disparos e morreu ainda no local. Às 23h46, na rua União, no bairro Jardim Lola, em São Gonçalo do Amarante, João Maria Felinto de Lima, de 36 anos, foi assassinado, segundo a PM, por se negar a pagar uma dívida que tinha com outra pessoa, que não teve o nome revelado.
Já na madrugada deste sábado (5), por volta das 3h, o corpo de Leandra de Melo Rodrigues, de 15 anos, foi encontrado na rua João Anísio, no bairro Jardim Progresso, na Zona Norte de Natal. De acordo com as primeiras informações recebidas pela Polícia Militar, a menina era usuária de drogas e tinha sinais de espancamento, apresentando, inclusive, um afundamento no crânio. Em todos os casos citados, nenhum suspeito ainda foi preso.

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