A festa estava preparada para o segundo jogo do Brasil na Copa.
Bastaria repetir nesta terça-feira (17) o churrasco com cerveja,
parentes e amigos reunidos na casa em torno da piscina de plástico.
Um dia depois da vitória do Brasil sobre a Croácia, na quinta-feira (12) passada, porém, começou uma chuva que duraria 48h e deixaria Natal (RN) em estado de calamidade.
Uma cratera se abriu, dividindo o bairro Mãe Luiza, onde Anderson Batista, 36, mora na cidade-sede da Copa. Cerca de 20 casas desabaram e mais de 80 famílias ficaram desabrigadas. "Somos os brasileiros esquecidos", desabafa o comerciário pais de três filhos.
Nesta terça, não houve festa. Não pelo empate da seleção brasileira com o México, mas porque a angústia tomou conta da Rua Guanabara.
Batista se preparou para ver a seleção, nesta tarde, ao lado de um funcionário público que foi obrigado a abandonar a quitinete alugada onde vivia e um ascensorista que abrigou moradores do bairro no dia do desabamento, mas agora é a sua casa que está sob risco e ele não tem para onde ir.
"No outro jogo estava todo mundo aqui, mas desde sábado (14) estamos tirando gente, carregando coisas. Vi terra comendo casa. Por Deus que não teve vítima. Quero ver o jogo para tentar esquecer um pouco", disse Batista.
Centroavante nas peladas, Batista é irmão de André, da seleção brasileira de futebol de areia, que também mora no bairro natalense.
Desde o deslizamento do morro, porém, ele foi dispensado do trabalho e está ajudando as famílias que ficaram na rua a sobreviver.
Sem energia elétrica nem água encanada, a casa que foi sede da festa na quinta, agora pareceria abandonada, com dezenas de garrafas de água mineral, colchões e alimentos que estão ali estocados e serão doados aos que chamam de remanescentes.
Do outro lado da rua, a 100 metros da cratera, os moradores juntaram algumas geladeiras, "puxaram" a energia da vizinha da rua de cima e estão conservando comida.
Foi com essa eletricidade que uma TV foi ligada para os poucos que ainda continuam na rua assistirem a Copa.
"Não estamos comemorando a seleção, mas as vidas que salvamos", explicou Adson Pessoa, funcionário público que ajudou a retirar as pessoas das casas após o deslizamento. "99% só com roupa do corpo e documentos", disse ele, que agora está na casa da ex-mulher.
Os moradores que não foram para a residência de familiares estão em igrejas, escolas e abrigos da prefeitura. E quem ficou está com medo, pois aconteceram saques no dia do acidente.
"Se pegasse toda foto que já fizeram aqui, tampava esse buraco. A nossa situação é muito crítica", critica Batista. Os moradores teriam avisado a Caern (Companhia de Águas e Esgoto do Rio Grande do Norte) há 15 dias sobre o início de um vazamento em tubulação na rua. Nada foi feito. A Caern não respondeu à reportagem até às 20h.
A Defesa Civil de Natal disse que o deslizamento está estabilizado porque choveu pouco nas últimas horas.
Um dia depois da vitória do Brasil sobre a Croácia, na quinta-feira (12) passada, porém, começou uma chuva que duraria 48h e deixaria Natal (RN) em estado de calamidade.
Uma cratera se abriu, dividindo o bairro Mãe Luiza, onde Anderson Batista, 36, mora na cidade-sede da Copa. Cerca de 20 casas desabaram e mais de 80 famílias ficaram desabrigadas. "Somos os brasileiros esquecidos", desabafa o comerciário pais de três filhos.
Nesta terça, não houve festa. Não pelo empate da seleção brasileira com o México, mas porque a angústia tomou conta da Rua Guanabara.
Batista se preparou para ver a seleção, nesta tarde, ao lado de um funcionário público que foi obrigado a abandonar a quitinete alugada onde vivia e um ascensorista que abrigou moradores do bairro no dia do desabamento, mas agora é a sua casa que está sob risco e ele não tem para onde ir.
"No outro jogo estava todo mundo aqui, mas desde sábado (14) estamos tirando gente, carregando coisas. Vi terra comendo casa. Por Deus que não teve vítima. Quero ver o jogo para tentar esquecer um pouco", disse Batista.
Centroavante nas peladas, Batista é irmão de André, da seleção brasileira de futebol de areia, que também mora no bairro natalense.
Desde o deslizamento do morro, porém, ele foi dispensado do trabalho e está ajudando as famílias que ficaram na rua a sobreviver.
Sem energia elétrica nem água encanada, a casa que foi sede da festa na quinta, agora pareceria abandonada, com dezenas de garrafas de água mineral, colchões e alimentos que estão ali estocados e serão doados aos que chamam de remanescentes.
Do outro lado da rua, a 100 metros da cratera, os moradores juntaram algumas geladeiras, "puxaram" a energia da vizinha da rua de cima e estão conservando comida.
Foi com essa eletricidade que uma TV foi ligada para os poucos que ainda continuam na rua assistirem a Copa.
"Não estamos comemorando a seleção, mas as vidas que salvamos", explicou Adson Pessoa, funcionário público que ajudou a retirar as pessoas das casas após o deslizamento. "99% só com roupa do corpo e documentos", disse ele, que agora está na casa da ex-mulher.
Os moradores que não foram para a residência de familiares estão em igrejas, escolas e abrigos da prefeitura. E quem ficou está com medo, pois aconteceram saques no dia do acidente.
"Se pegasse toda foto que já fizeram aqui, tampava esse buraco. A nossa situação é muito crítica", critica Batista. Os moradores teriam avisado a Caern (Companhia de Águas e Esgoto do Rio Grande do Norte) há 15 dias sobre o início de um vazamento em tubulação na rua. Nada foi feito. A Caern não respondeu à reportagem até às 20h.
A Defesa Civil de Natal disse que o deslizamento está estabilizado porque choveu pouco nas últimas horas.
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