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4 de jun. de 2014

Pesquisa de instituto americano revela que 72% dos brasileiros estão insatisfeitos com o país

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O pessimismo avançou consideravelmente entre os brasileiros no último ano, marcado por protestos generalizados, inflação em alta e baixo crescimento, deixando um legado de frustração sem precedentes nos anos recentes. Como resultado, contaminou negativamente a avaliação da população sobre os rumos do país, as condições da economia, o governo da presidente Dilma Rousseff e a realização da Copa do Mundo, revela levantamento feito, entre os dias 10 e 30 de abril, pelo Pew Research Center, um dos mais importantes institutos de pesquisa dos EUA. Segundo a sondagem, 72% dos brasileiros se dizem insatisfeitos com a situação do país e 85% apontam a escalada dos preços como preocupação central.
Há 12 meses, 55% estavam insatisfeitos, pouco acima dos 50% de 2010, último ano do governo Lula e início da série histórica. A economia tem papel central no mau humor corrente. Dois terços (67%) dos 1.003 entrevistados no Brasil com mais de 18 anos consideram a situação econômica ruim, após quatro anos seguidos em que a percepção positiva foi dominante.
Em 2010, consideravam boa a situação da economia 62% dos brasileiros, percentual que chegou a 65% em 2012 e era de 59% no ano passado. Em abril, apenas 32% dos pesquisados estavam satisfeitos com os rumos econômicos. Mas 63% acreditam que as condições vão melhorar nos próximos 12 meses.
Criminalidade, saúde e corrupção
Depois da inflação, a criminalidade e a saúde (83%) e a corrupção no meio político (78%) aparecem como principais desafios para os brasileiros. A falta de oportunidades de emprego (72%), o hiato entre pobres e ricos (68%), a baixa qualidade das escolas (64%) e o endividamento público (56%) completam a lista de problemas mais citados pelos entrevistados.
“A rigor, esses não são desafios novos no Brasil. Pesquisas conduzidas pelo Pew Research desde 2010 registraram preocupações generalizadas com amplo arco de questões sociais, políticas e econômicas, incluindo crime, corrupção e inflação. Mas o nível atual de frustração que os brasileiros expressam com a direção do país, sua economia e seus líderes não tem par em anos recentes”, afirma a pesquisa, cujos principais analistas são Juliana Horowitz e Richard Wike.
Curiosamente, a melhor avaliação da presidente Dilma, na pesquisa, é na condução da economia. Ainda assim, a visão negativa supera em muito a positiva – 63% desaprovam sua gestão econômica, para 34% que a chancelam. Os números pioram para a administração de Dilma nos outros oito temas consultados: pobreza (65% de desaprovação), preparação da Copa do Mundo (67%), educação e política externa (71%), transporte público (76%), saúde e criminalidade (85%) e corrupção (86%).
De forma geral, o país se apresenta dividido em relação ao governo Dilma: 52% acham a influência de sua Presidência negativa para o Brasil, ao passo que 48% a consideram positiva. Brasileiros de maior renda e mais escolarizados desaprovam a presidente de forma mais contundente, mas mesmo nas classes de menor poder aquisitivo e educação a avaliação negativa de Dilma se sobrepõe.

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