Lançada em 2007, as obras da
transposição devem levar água a 12 milhões de nordestinos, segundo as
previsões oficiais. O primeiro prazo dado pelo governo foi ousado –
2010. Mas os obstáculos encontrados pelo caminho acabaram atrasando as
obras e mostraram que transpor o sertão era uma empreitada muito mais
complexa do que se previa.
Na Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, o
pesquisador João Suassuna, um dos críticos mais ácidos da transposição,
diz que “os atrasos mostram falta de planejamento do governo”. “Havia
outras opções mais baratas à transposição. Mas nesse momento eu só posso
torcer pelo sucesso da transposição, depois de tantos bilhões gastos”,
diz.
A previsão de custo inicial era de R$
4,8 bilhões. Quando for concluída, a transposição terá custado aos
cofres públicos mais de R$ 8 bilhões. Maior obra de infraestrutura
hídrica do país, a transposição do São Francisco é uma obra chave para o
governo, que refuta críticas de que a água pode ir parar em grandes
fazendas, beneficiando o agronegócio. Segundo o Ministério da Integração
Nacional, a prioridade é o consumo humano e animal. A água está
programada para chegar a 23 açudes e 27 reservatórios e vai, ainda,
abastecer rios que hoje ficam secos em boa parte do ano. O objetivo é
garantir a segurança hídrica do semiárido, com represas cheias mesmo em
tempo de seca.
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