Com o quarto mês do ano chegando ao fim, o número de homicídios no
Rio Grande do Norte em 2014 atingiu a marca impressionante de 550
vítimas fatais. Os dados foram divulgados neste sábado (26) pelo
Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH-RN), que mostrou a região da
Grande Natal como o local mais perigoso de todo o Estado.
Com os índices, a média diária de mortes intencionais no RN é de 4,7
(137,5 por mês), superior ao número registrado em 2013, quando 1633
pessoas foram mortas propositalmente, o que gerou uma média de 4,4 por
dia (136 por mês). Natal segue na liderança no registro de mortes, com
190, seguida por Parnamirim, com 46. Os outros municípios que fazem
parte da Grande Natal também figuram na lista: São Gonçalo do Amarante
(25 mortes), Macaíba (21 mortes), São José do Mipibu (19 mortes),
Ceará-Mirim (11 mortes), Extremoz (10 mortes), Nísia Floresta (6
mortes).
Os números demonstram que, de longe, a região da Grande Natal é a
mais perigosa do Estado, com 328 homicídios no total. Para o tenente
coronel Jair Justino, coordenador do 3º Batalhão da Polícia Militar de
Parnamirim, que é responsável pelo atendimento, além de Parnamirim, das
cidades de Nísia Floresta, Monte Alegre e São José de Mipibu, o
crescimento populacional dos municípios tem sido um fator determinante
para o aumento da criminalidade.
“Hoje o nosso Batalhão tem um efetivo de 350 policiais e entre 17 e
18 viaturas para atender toda essa região. Nos últimos anos a população
da Grande Natal cresceu muito e o efetivo policial não acompanhou esse
crescimento, o que acaba sobrecarregando o nosso efetivo atual. Somente
em Parnamirim temos quase 250 mil habitantes. Tentamos fazer o possível
para evitar os crimes, mas muitas vezes fica complicado”, afirmou.
De acordo com Jair, a grande maioria dos homicídios tem acontecido
com pessoas que já tiveram ou ainda têm envolvimento com alguma
atividade criminosa. “A obrigação da polícia é preservar a vida,
independentemente se essa pessoal está no mundo do crime ou não. Mas o
que percebemos é que realmente aumentou muito o chamado “acerto de
contas”. Não só crimes com relação com as drogas, mas outros também. Por
exemplo, semana passada executaram um homem aqui em Parnamirim. A
vítima era suspeita de ter matado o próprio pai. Criminosos estão
matando criminoso. Mas, como eu disse, o trabalho da polícia é preservar
a vida”.
Ainda segundo Jair Justino, um trabalho com a população também tem
sido feito para tentar diminuir esses índices. “Nós temos um contato
constante com a comunidade. Nós temos o programa da Polícia Comunitária,
que sempre está indo aos bairros. A população também pode ajudar
denunciando qualquer tipo de situação. Infelizmente a polícia não pode
estar em todos os lugares, por isso o apoio da população é muito
importante”.
O tenente coronel também cobrou uma melhoria estrutural nas cidades.
“Os municípios do Estado apresentam alguns problemas. Na Grande Natal,
por exemplo, temos cidades com bairros pouco iluminados. Locais com o
acesso complicado, com muito mato. Esses locais são muito usados pelos
bandidos”.
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